Só renascendo para me tornar bom de novo, se é que um dia fui realmente mal.


Sou a sombra de mim. Tenho um coração que morre de solidão e sofre de compaixão. Porque é tão difícil dizer adeus e partir. Saber que momentos que vivi, pessoas que conheci desaparecerão completamente como as nuvens que encobrem o topo do monte Ramelau. Eu preciso seguir meu caminho sem pensar nas coisas que me fazem sofrer. Que corroem minha alma. Tudo que se perde, tudo em vão. Os meus sonhos frios que doem de saudade.
Quando estava na montanha as coisas pareciam mais fáceis, não conseguia sentir saudades ou mágoas. Hoje tenho um coração turvo que precisaria subir no alto do Ramelau para ver a luz, para sentir paz, para me acalentar. Para buscar a felicidade perdida. Qual será meu destino... o trem da ilusão para pegar para me encontrar. Pede passagem meu coração!
Timor, me diga adeus... para me encontrar, tenho que te perder, mas tenho medo de ficar sem a tua sombra, a sombra de mim. Mas se tenho que ir... que seja com o coração livre para voar, voar tão alto e tão distante que poucos consigam me ver. Que tudo que aprendi aqui me faça mudar... renascer. Só renascendo para me tornar bom de novo, se é que um dia fui realmente mal.
Os dias que amanhecem tristes e chuvosos parecem anunciar os sentimentos que todos nutrem. Cada dia que passa todos se sufocam de saudades. As coisas que precismaos ouvir não mais são ditas. Nos enganamos fingindo que tudo está bem. Fomos tanto para todos nós, tão grandes quanto o monte Ramelau e hoje nada somos para ninguém.
Um coração dividido entre dois mundos, Brasil e Timor, que se gasta a cada dia. Será que minha vida está realemnte no Brasil... que amor é esse que profana de infinita beleza presa e triste. Eu estarei partindo em breve... se será definitivo... só o tempo dirá. Mas nova vida hei de começar.

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