O caminho dos crocodilos
Quando cheguei ao Timor-Leste há um ano atrás fui atrás de uma "caçada", coloquei na cabeça que ia ver um crocodilo, e estava disposto a ir onde este estivesse.
Fiz uma maratona de transportes típicos do povo timorense. começando por me deslocar do distrito de Ainaro, nas montanhas, para o subdistrito de Hatudo. Nesse trecho utilizei um transporte local denominado Angunna, que em bom português seria um "pau de arara". Quando entrei nesse veículo, os nativos olharam para mim e disseram: "Não! malae não pode!" foi cômico se não fosse trágico, mas mesmo assim entrei e fui até o distrito de Same. Em same fiquei hospedado na residência de um casal de missionários brasileiros, uma sorte conhecê-los pois a cidade estava sem enegia elétrica e lá nessa casa havia um gerador, e inclusive ainda tive a oportunidade de assistir ao noticiário de uma televisão brasileira cujo sinal era captado por antena parabólica. Na manhã seguinte, contratei uma microlet, um micro-micro-micro-ônibus e fui para o subdistrito de Betano, que segundo os moradores de Same, haveria uma praia de areias negras com um estuário que era frequentado por crocodilos. Depois de mais algumas horas de viagem...espera, espera, e nada... a praia realmente tinha as areias escuras, um lugar muito bonito. Lá soube de histórias como a da captura de crocodilos utilizando cachorros: os nativos cavavam buracos na praia e cobriam com palhas e amarravam um cachorro em uma corda, o choro do cachorro atraía os crocodilos e quando tentavam pegá-lo, caiam no buraco. Mas, detalhe, por questões religiosas, uma vez que acreditam que esses animais guardam almas de seus antepassados, os nativos não comem os crocodilos. Voltei para Same no final daquela tarde, já estva desanimado de ver um crocodilo...até que fui informado que alguém criava um desses animais em seus quintal e... finalmente encontrei um crocodilo, parecia mais um jacaré, não foi dessa vez que vi um crocodilo típico, daqueles albinos. Outras oportunidades virão, assim espero.