Leis de Newton
As leis de Newton são: Lei da Inércia, Princípio
Fundamental da Dinâmica e Lei da Ação e Reação. Essas leis são usadas
para determinar a dinâmica dos movimentos dos corpos.
Um corpo permanecerá em repouso ou em movimento retilíneo uniforme, a menos que uma força resultante seja aplicada sobre ele.
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Legenda:
|a| – módulo da aceleração (m/s²)
|F| - módulo da força (N ou kg.m/s²)
m – massa do corpo (kg)
FR – Força resultante (N ou kg.m/s²)
m – massa do corpo (kg)
a – aceleração (m/s²)
A aceleração produzida sobre um corpo tem a mesma direção e sentido da força resultante sobre ele e é inversamente proporcional à sua massa.
Veja também: Sete erros comuns que cometemos ao estudar Física
Legenda:
F – força aplicada sobre um corpo (N)
ΔQ – variação da quantidade de movimento (kg.m/s ou N.s)
Δt – intervalo de tempo (s)
m – massa do corpo (kg)
vF – velocidade final (m/s)
vi – velocidade final (m/s)
Para toda força de ação, surge uma força de reação, com mesmo módulo e direção, porém em sentido oposto.
Legenda:
Δv – variação da velocidade (m/s)
FONTE: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/leis-newton.htm
As leis de Newton fundamentam a base
da Mecânica Clássica. São um conjunto de três leis capazes de explicar a
dinâmica que envolve o movimento dos corpos. Essas leis foram
publicadas pela primeira vez pelo físico inglês Isaac Newton, no ano de
1687, em sua obra de três volumes intitulada Princípios Matemáticos da Filosofia Natural.
Introdução às Leis de Newton
Um dos principais legados deixados por Isaac Newton foi a precisa explicação matemática para o movimento dos corpos. A Mecânica Newtoniana mostrou-se capaz de predizer a trajetória de asteroides e o surgimento das marés, tornando-se um dos marcos da Física por trazer equações matemáticas para a explicação de fenômenos naturais.
Juntas, as três leis de Newton são usadas para descrever a dinâmica
dos corpos, isto é, as causas que podem alterar seu estado de
movimento. Em termos simples, as leis de Newton tratam de situações em
que os corpos permanecem ou não em equilíbrio. Quando um corpo está
sujeito a inúmeras forças que se cancelam, dizemos que ele encontra-se em equilíbrio estático ou dinâmico, ou seja, perfeitamente parado ou se movendo com velocidade constante e em linha reta.
Veja também: Newton e a explicação das marés
O agente responsável pela mudança no estado de movimento dos corpos é chamado de força, uma grandeza vetorial cuja unidade é o kg.m/s² e que foi batizada, posteriormente, como N (Newton). Quando um corpo está sujeito a uma resultante não nula (diferente de zero) de forças, ele adquire uma aceleração (variação de velocidade). Essa aceleração, por sua vez, é inversamente proporcional
à sua massa, ou seja, quanto maior for a massa, menor será a aceleração
adquirida pelo corpo. De acordo com as leis de Newton, a massa é uma
medida da inércia do corpo, ou seja, da tendência que um corpo tem de permanecer em seu atual estado de equilíbrio estático ou dinâmico.
1ª Lei de Newton
A Primeira Lei de Newton é chamada de Lei da Inércia. Seu enunciado original encontra-se traduzido abaixo:
“Todo
corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma
linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças
aplicadas sobre ele.”
Essa lei diz
que, ao menos que haja alguma força resultante não nula sobre um corpo,
esse deverá manter-se em repouso ou se mover ao longo de uma linha reta
com velocidade constante. A Lei de Inércia também explica o surgimento
das forças inerciais, isto é, as forças que surgem
quando os corpos estão sujeitos a alguma força capaz de produzir neles
uma aceleração. Por exemplo: ao pisar no acelerador do carro, um
motorista pode sentir-se comprimido em seu banco, como se houvesse uma
força puxando-o para trás. Na verdade, o que ele sente é a expressão de
sua inércia, ou seja, a tendência que seu corpo tem de permanecer parado
ou em velocidade constante.
Além disso, quanto maior for a massa de um corpo, maior será sua inércia. Assim,
alterar o estado de movimento de um corpo de massa grande requer a
aplicação de uma força maior. Corpos de massa pequena têm seu estado de
movimento alterado facilmente com a aplicação de forças menos intensas.
Um corpo permanecerá em repouso ou em movimento retilíneo uniforme, a menos que uma força resultante seja aplicada sobre ele.
A Primeira Lei de Newton é pouco intuitiva:
ao rolarmos uma bola no chão, ela para diante de nossos olhos. Jamais
esperaríamos que ela rolasse eternamente. No caso descrito, porém, a
bola está sujeita a uma força resultante que não é nula: há uma força de atrito entre a bola e a superfície do chão, desacelerando o objeto continuamente.
Veja também: Primeira Lei de Newton
2ª Lei de Newton
A Segunda Lei de Newton, também conhecida como Lei da Superposição de Forças ou como Princípio Fundamental da Dinâmica, traduzida de sua forma original, é apresentada abaixo:
“A
mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida e é
produzida na direção de linha reta na qual aquela força é aplicada.”
Mapa Mental: 2ª Lei de Newton
Essa lei informa que o módulo da aceleração produzida sobre um corpo é diretamente proporcional ao módulo da força aplicada sobre ele e inversamente proporcional à sua massa. Essa lei é apresentada na equação abaixo:
Legenda:
|a| – módulo da aceleração (m/s²)
|F| - módulo da força (N ou kg.m/s²)
m – massa do corpo (kg)
As
forças são grandezas vetoriais, portanto, são escritas com uma seta
apontada sempre para direita acima de seu símbolo. Essa seta não indica o
módulo ou a direção da grandeza vetorial, indica somente que elas são vetoriais.
De acordo com a Segunda Lei de Newton, a força resultante aplicada
sobre um corpo produz nele uma aceleração na mesma direção e sentido da
força resultante:
FR – Força resultante (N ou kg.m/s²)
m – massa do corpo (kg)
a – aceleração (m/s²)
A aceleração produzida sobre um corpo tem a mesma direção e sentido da força resultante sobre ele e é inversamente proporcional à sua massa.
Além disso, o Princípio da Superposição pode ser calculado pela soma vetorial de todas as forças que atuam sobre o corpo:
Veja também: Sete erros comuns que cometemos ao estudar Física
A
forma como Isaac Newton apresentou sua segunda lei foi um pouco
diferente da forma atual. Newton enunciou essa lei em função de uma
outra grandeza física: o impulso. De acordo com esse enunciado, a força resultante (FR) aplicada sobre um corpo durante um intervalo de tempo (Δt) produz uma mudança em sua quantidade de movimento (ΔQ), que é igual ao impulso (I) produzido sobre esse corpo. Assim, a força resultante (FR) pode ser escrita como a mudança na quantidade de movimento (ΔQ) durante um intervalo de tempo (Δt):
Legenda:
F – força aplicada sobre um corpo (N)
ΔQ – variação da quantidade de movimento (kg.m/s ou N.s)
Δt – intervalo de tempo (s)
m – massa do corpo (kg)
vF – velocidade final (m/s)
vi – velocidade final (m/s)
Veja também: Segunda Lei de Newton
3ª Lei de Newton
A Terceira Lei de Newton recebe o nome de Lei da Ação e Reação. Essa
lei diz que todas as forças surgem aos pares: ao aplicarmos uma força
sobre um corpo (ação), recebemos desse corpo a mesma força (reação), com
mesmo módulo e na mesma direção, porém com sentido oposto. O enunciado original da Terceira Lei de Newton encontra-se traduzido abaixo:
“A
toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: as ações
mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em
sentidos opostos.”
Essa lei permite-nos entender que, para que surja uma força, é necessário que dois corpos interajam, produzindo forças de ação e reação. Além disso, é impossível que um par de ação e reação forme-se no mesmo corpo.
Outra informação contida no enunciado da Terceira Lei de Newton indica que os pares de ação e reação têm a mesma intensidade, mesma direção, porém sentidos opostos. Assim, se produzirmos uma força direcionada para baixo sobre um corpo, receberemos dele uma força de reação direcionada para cima. Por
exemplo: se estivermos usando patins e empurrarmos um carrinho de
supermercado lotado de compras, seremos empurrados para trás, em
decorrência da fraca intensidade da força de atrito entre as rodas dos
patins e o piso.
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Para toda força de ação, surge uma força de reação, com mesmo módulo e direção, porém em sentido oposto.
Observe a figura abaixo. Nela temos a força que o corpo 1 faz no corpo 2 (F1,2). Ela é equivalente, em módulo, à força que o corpo 2 faz sobre o corpo 1 (F2,1), no entanto, com sentido contrário. Por isso, adotamos o sinal negativo:
Veja também: Exemplos da Terceira Lei de Newton
Fórmulas das Leis de Newton
As fórmulas utilizadas para definir as três leis de Newton são mostradas abaixo. Confira:
Primeira Lei de Newton
Apesar de ser uma lei qualitativa, podemos esquematizá-la da seguinte forma:
Segunda Lei de Newton
A Segunda Lei de Newton pode ser equacionada a partir da fórmula a seguir:
Legenda:
Δv – variação da velocidade (m/s)
Terceira Lei de Newton
As forças de ação e reação em dois corpos distintos apresentam módulos e direções iguais, porém com sentidos opostos. Assim:
Exercícios resolvidos e exemplos sobre as leis de Newton
Exercício 1 - Um corpo de massa igual a 2,0 kg move-se sobre um piso horizontal e sem atrito com velocidade inicial de 36,0 km/h quando submetido a uma força de 4,0 N, durante um intervalo de tempo de 3,0 s. Sobre o movimento desse corpo, determine:
a) A aceleração do corpo.
b) A velocidade do corpo ao final dos 3,0 s.
c) O espaço percorrido pelo corpo ao final dos 3,0 s.
Resolução:
a) Para calcularmos a aceleração do corpo, utilizamos a Segunda Lei de Newton:
De acordo com os dados informados pelo enunciado, teremos uma aceleração igual a:
b) Para calcularmos a velocidade final do corpo, usaremos a própria definição de aceleração:
Substituindo
os valores informados pelo exercício, percebemos que será necessário
transformar a velocidade inicial do corpo para m/s, dividindo o valor de
36 km/h pelo fator 3,6. Dessa forma, teremos:
c) Podemos calcular o espaço percorrido pelo corpo por meio da equação de Torricelli. Observe:
Exercício 2 - Observe o sistema de blocos representado na figura abaixo. Os dois blocos da figura, de massas ma = 2,0 kg e mb = 3,0 kg, movem-se juntos em razão de uma força externa de 20,0 N, orientada da esquerda para a direita, exercida sobre o bloco A.
A respeito do sistema de corpos mostrado acima, determine:
a) A aceleração do conjunto.
b) A força que o bloco A exerce sobre o bloco B (FA,B).
c) A força que o bloco B exerce sobre o bloco A (FB,A).
d)
Considerando que o sistema de blocos encontra-se inicialmente em
repouso, calcule seu deslocamento após um tempo de 5,0 s. Desconsidere o
tamanho dos blocos.
Resolução:
a) Para calcularmos a aceleração do sistema de corpos acima, devemos utilizar a Segunda Lei de Newton:
Como
temos dois corpos, devemos aplicar a lei acima para cada um dos blocos
individualmente, prestando atenção em quais forças atuam em cada um dos
corpos. Dessa forma, montamos o sistema de forças, como mostrado abaixo:
(Neste exercício, orientamos o sentido esquerda-direita como o sentido positivo para as forças.)
Em seguida, somamos as duas equações em vermelho. Lembre-se de que FA,B e FB,A constituem um par de ação e reação, portanto, têm módulos iguais, cancelando-se em decorrência da diferença de sinais:
b)
A força que o corpo A exerce sobre o corpo B pode ser calculada apenas
substituindo o valor encontrado, no item acima, para a aceleração:
Como as forças que A faz em B e B faz em A são pares de ação e reação, as duas têm o mesmo módulo.
c) FB,A = 12,0 N
d) Podemos calcular o deslocamento sofrido pelos corpos por meio da função horária da posição, Para tanto, devemos considerar que o sistema de blocos parte do repouso:
Leis de Newton no Enem
Entre as competências sugeridas pela matriz do Enem para a área de Ciências da Natureza, temos a habilidade 6:
“Apropriar-se
de conhecimentos da Física para, em situações-problema, interpretar,
avaliar ou planejar intervenções científico-tecnológicas.”
Dentro dessa habilidade, temos a competência 6, que diz:
“Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.”
Isso
indica que as leis de Newton são de fundamental importância para a
prova de Ciências da Natureza do Enem, uma vez que a determinação das
causas e efeitos dos movimentos de qualquer que seja o corpo perpassa as
definições fornecidas pelas leis de Newton, como força, aceleração e
inércia. É sempre muito provável, portanto, que essas leis sejam
cobradas na prova.
Confira alguns exercícios sobre as leis de Newton que caíram nas últimas edições do Enem:
(ENEM 2014) O
pêndulo de Newton pode ser constituído por cinco pêndulos idênticos
suspensos em um mesmo suporte. Em um dado instante, as esferas de três
pêndulos são deslocadas para a esquerda e liberadas, deslocando-se para a
direita e colidindo elasticamente com as outras duas esferas, que
inicialmente estavam paradas.
O movimento dos pêndulos, após a primeira colisão, está representado em:
a)
b)
c)
d)
e)
Gabarito: Letra C
Resolução:
A
força de ação produzida por três blocos em movimento é a mesma força de
reação. Nesse caso, o pêndulo de Newton funciona como um teste para a
verificação da conservação da energia mecânica: toda a energia antes da
interação é transferida por meio das esferas.
(ENEM 2013) Uma
pessoa necessita da força de atrito em seus pés para deslocar-se sobre
uma superfície. Logo, uma pessoa que sobe uma rampa em linha reta será
auxiliada pela força de atrito exercida pelo chão em seus pés.
Em relação ao movimento dessa pessoa, quais são a direção e o sentido da força de atrito mencionada no texto?
a) Perpendicular ao plano e no mesmo sentido do movimento.
b) Paralelo ao plano e no sentido contrário ao movimento.
c) Paralelo ao plano e no mesmo sentido do movimento.
d) Horizontal e no mesmo sentido do movimento.
e) Vertical e no sentido para cima.
Gabarito: Letra C
Resolução:
Para
andarmos, empurramos o chão para trás. Por causa do atrito com o chão,
somos empurrados para a frente. Logo, a força de atrito, nesse caso, tem
a mesma direção e o mesmo sentido do movimento.
Por Me.Rafael Helerbrock
Por Me.Rafael Helerbrock
Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:
HELERBROCK, Rafael. "Leis de Newton"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/leis-newton.htm. Acesso em 06 de outubro de 2019.
HELERBROCK, Rafael. "Leis de Newton"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/leis-newton.htm. Acesso em 06 de outubro de 2019.
FONTE: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/leis-newton.htm