Novos medicamentos prometem reduzir o tratamento da Malária para um dia

Em fase final de estudo, uma nova medicação promete reduzir o período de tratamento da malária para um dia apenas. Os novos medicamentos estão sendo estudados pela Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMT/AM) e já estão na última etapa do teste clínico para que sejam aprovados pelo Ministério da Saúde e distribuídos no Brasil.

O estudo está sendo realizado com as drogas Coarsucam, produzido pelo laboratório Sanofi-Aventis e Tafenoquina, do laboratório Glaxo-Smith-Kline.
De acordo com o diretor de pesquisa da FMT/AM, Marcus Lacerda, a nova medicação representa um avanço para o esquema de tratamento da doença transmitida pelo mosquito Anopheles, uma vez que o paciente pode ser curado mais rápido.

Segundo Lacerda, a malária P. vivax , a mais comum no Brasil, com quase 90% de casos registrados, atualmente é tratada primeiramente com o antimalárico, chamado Cloroquina, durante três dias e, em seguida, é tratada com a Primaquina. Este último, importante para evitar as chamadas recaídas, em que a doença volta a se manifestar. O diretor de pesquisa ressalta que o desenvolvimento de uma nova droga para o tratamento da malária deve-se à resistência da doença à medicação atual. Neste caso, o responsável explica que em pelo menos 10% de pacientes que são tratados com a Cloroquina , o organismo se apresentou resistente. “Quando isso acontece, o paciente não apresenta melhorias”, frisou.

Lacerda explica, ainda, que está sendo estudada a substitutição da Cloroquina, substância responsável pela melhoria no quadro febril do paciente, uma das características da doença, pelo Coarsucam. Já a Primoquina será substituída pela Tafenoquina. “O problema do esquema de tratamento de hoje é que a Cloroquina cessa a febre da pessoa infectada pela malária e, por isso, ela já se considera curada e não dá continuidade no tratamento com a Primaquina, cujo o período é de sete dias” , destacou o diretor de pesquisa da FMT/AM.

No Amazonas, os números de casos de malária aumentam neste período de seca na região. Mas em Manaus se concentra a grande quantidade de pessoas infectadas. “À medida que o nível da água do rio começa a baixar, lagos se formam em volta do leito e se tornam criadouros destes mosquitos”, ressaltou Marcus Lacerda.
De acordo com Lacerda, as áreas periurbanas, como as zonas Leste e Oeste, são regiões onde há maior concentração de criadouros do mosquito transmissor da malária.

Boas notícias para casos de Leishmaniose
Outro avanço nos estudos realizados pela FMT/AM aponta para a substituição do tratamento da Leishmaniose tegumentar, também conhecida como leishmaniose de pele ou ferida braba.

Ainda em fase final de teste clínico, os resultados do estudo para curar a doença transmitida pela mosca do tipo Lutzomia irão garantir que o tratamento injetável seja substituído por medicação via oral. O estudo está sendo feito com a droga chamada Miltefosina, semelhante à medicação que é usada nos dias de hoje para o tratamento da doença muito comum em áreas de desmatamento.

Atualmente, a Leishmaniose tegumentar é tratada com o Antimonial, injeção que deve ser aplicada na veia ou no músculo do paciente infectado. "É um tratamento complicado. O doente tem que se deslocar a um posto de saúde para receber as aplicações“, explica o diretor de pesquisa da FMT, Marcus Lacerda, sobre o desconforto para sarar as feridas causadas na pele da pessoa infectada.

Fonte: A Crítica

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