Uma Primeira Aventura nas Montanhas
PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DOCENTE EM LÍNGUA PORTUGUESA
UMA NOVA EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
O curso de capacitação começou com uma proposta de trabalho totalmente definida para uma realidade baseada no que se conhecia sobre os professores timorenses da capital, Díli. No entanto, a realidade encontrada na região 3, se mostrou diferente, principalmente no que discerne sobre o nível de entendimento da língua portuguesa,seja ela escrita, falada ou lida. Isso exigiu o desenvolvimento de uma nova proposta baseada exclusivamente na realidade local. Portanto, a idéia inicial da equipe de biologia de desenvolver um trabalho padronizado nacionalmente se tornara inviável. A nova proposta partiu de atividades escritas e dinâmicas que objetivam a aproximação do professor timorense com o professor brasileiro e com isso se buscar uma interação de modo a induzir o professor timorense a expor suas idéias. As técnicas de ensino então foram apresentadas desde o início, assim o professor timorense sabia exatamente o que esperar do curso. Foi elaborado um cartaz com as técnicas de ensino e ao lado de cada uma delas um quadro que seria marcado à medida que o objetivo era alcançado (foto acima).
A primeira técnica de ensino chamava-se tira o chapéu, o conteúdo trabalhado com essa técnica foi sobre o primeiro capitulo da sebenta do 1º ano do curso secundário e do 1º ano do curso pré-secundário. Cada um dos alunos deveria redigir uma pergunta com a devida resposta, dentro do conteúdo trabalhado previamente, e colocá-la no chapéu. Lembrando que a dinâmica incluía a posse de uma bala do tipo pirulito por cada um dos alunos. Todos os alunos foram desafiados um a um pelos colegas, quem acertava a pergunta ganhava a bala do desafiador, errando a resposta, deveria entregar sua bala ao seu desafiante. Ao término da atividade a técnica era colocada em discussão pelo professor brasileiro e os professores timorenses analisavam as possibilidades de implantação em suas aulas.
Baseada ainda no primeiro conteúdo das sebentas partiu-se para uma nova técnica, elaboração de atividades escritas. Nesse ponto, foi apresentado ao professor timorense técnica de elaboração de atividades diferenciadas como: palavra-cruzada, uma palavra chave era colocada e para cada letra desta palavra desenvolvia-se uma pergunta cuja resposta deveria ser somente uma palavra e ter a letra correspondente a palavra chave. Outra atividade chamava-se código secreto, o professor elaborava a pergunta, cuja resposta era somente uma palavra e esta palavra era apresentada ao aluno com as sílabas invertidas, o aluno deveria decifrar esse código. Em outra proposta do mesmo nível a resposta não era apresentada, mas, o aluno sabia a quantidade de letras que compunham a mesma através de quadros ou traços.
Alguns conteúdos trabalhados não faziam parte das sebentas, mas seguindo orientação da proposta inicial do curso de tirar dúvidas e de auxiliar o professor timorense, segundo seus interesses sobre conteúdos programáticos, trabalhamos material curricular de segundo e terceiro anos do curso secundário, principalmente bioquímica. Um desses conteúdos solicitados foi sobre aminoácidos. Nesse conteúdo buscou-se trabalhar uma proposta de diferenciação baseada não em decorar os nomes, mas entender o código genético que estava envolvido na formação dos mesmos. Esse conteúdo foi trabalhado através de um bingo, denominado bingo dos aminoácidos, onde cada aluno elaborou uma cartela de bingo contendo diferentes códons. Em seguida, o professor brasileiro, retirava de uma sacola plástica nomes de aminoácidos e o professor timorense deveria olhar para um cartaz do código genético e verificar se o aminoácido informado fazia parte de sua cartela. A proposta foi bem aceita, mas, alguns professores se mostraram pouco entusiasmados devido à lentidão demonstrada por alguns colegas em decifrar o código genético e acreditaram que seus alunos poderiam demonstrar a mesma dificuldade, mas, outros professores timorenses acreditam que podem desenvolver sim esta atividade em suas salas de aula.
A seguir começamos as práticas de ensino efetivamente, pois, a expressão em língua portuguesa de alguns dos professores timorenses já possibilitava a realização desse tipo de enfoque, uma vez que o domínio do conteúdo da Biologia existia, mas, esse domínio era em língua malaio, o bahasa indonésio. A primeira das técnicas foi ensinar o professor timorense a utilizar materiais didáticos como cartazes, sejam estes de origem impressas ou confeccionados pelo próprio professor. Ao final, com a discussão dos resultados da técnica evidenciou-se que apesar de terem considerado a utilização de cartazes positiva e de grande valia no processo ensino-aprendizagem, o acesso a matérias-primas seria o fator relevante e decisivo, pois, nem todos têm a sua disposição cartolinas, pinceis ou giz de cera, que foram os materiais utilizados na confecção dos cartazes.
A próxima prática de ensino chamava-se Aula explicativa com esquema, nela o professor timorense acompanhava a montagem de um esquema a partir de um exemplo fornecido pelo professor brasileiro, primeiro através de um cartaz explicativo da técnica com seus devidos objetivos e metodologias e, depois assistia uma aula do professor brasileiro trabalhando a técnica e, em seguida ele mesmo daria sua própria aula. À medida que surgiam situações que colocavam em risco a técnica, a aula era paralisada e o professor brasileiro conversava com o professor timorense em particular para depois reiniciar a aula. Ao final, a análise da técnica foi considerada bastante viável de ser aplicada no dia a dia das aulas dos professores timorenses.
A técnica denominada Leitura marcada foi a próxima a ser trabalhada. A exemplo do que ocorreu na técnica anterior, esta também teve um cartaz explicativo com seus objetivos e metodologias. Consistia de uma leitura feita pelos alunos, um aluno para cada parágrafo, o professor deveria indagar o aluno sobre o entendimento do parágrafo para em seguida, o professor explicar brevemente o parágrafo e assim continuar a leitura com outro aluno escolhido pelo aluno que terminou de ler. O resultado foi positivo na analise dos professores timorenses, mas, esbarrou num argumento bem convincente que dificultaria sua aplicação, a falta de livros pelos alunos. Igualmente, um professor levantou a questão de trabalhar com esquema com tópicos lidos pelos alunos diretamente do quadro, porém, um esquema mais ampliado do que o utilizado na técnica anterior.
Aula dialogada foi à técnica seqüencial, igualmente teve à disposição um cartaz explicativo da técnica. O professor deveria estudar o conteúdo previamente, e a medida que explicava usava o quadro para registrar palavras pertinentes ao tema explicado. Mas, sem utilizar nenhuma fonte de consulta enquanto dava sua aula. Na analise dos professores timorense, eles demonstraram estar receosos em trabalhar dessa forma, mas, gostaram de passar segurança e domínio de assunto para o aluno. A técnica foi aprovada pelos professores timorenses.
As aulas de Visita de campo serviram para coletar material para a próxima técnica: Aula expositiva. O professor deveria explorar os recursos e junto com o aluno construir o conhecimento, partindo de teorias até as práticas. A aula exigia um conhecimento mais aprofundado sobre conceitos biológicos, por isso alguns professores por não terem a devida qualificação tiveram alguma dificuldade em executar a técnica.
As aulas práticas vieram em seguida. A primeira consistia de prensar folhas para desidratá-las, e em seguida confeccionar um Álbum prensado. Ao término o aluno deveria expor seu trabalho e o professor deveria questioná-lo quanto à identificação das partes principais da folha e também de se era uma folha simples ou composta. Sendo que o aluno deveria justificar suas devidas afirmações.
UMA NOVA EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
O curso de capacitação começou com uma proposta de trabalho totalmente definida para uma realidade baseada no que se conhecia sobre os professores timorenses da capital, Díli. No entanto, a realidade encontrada na região 3, se mostrou diferente, principalmente no que discerne sobre o nível de entendimento da língua portuguesa,seja ela escrita, falada ou lida. Isso exigiu o desenvolvimento de uma nova proposta baseada exclusivamente na realidade local. Portanto, a idéia inicial da equipe de biologia de desenvolver um trabalho padronizado nacionalmente se tornara inviável. A nova proposta partiu de atividades escritas e dinâmicas que objetivam a aproximação do professor timorense com o professor brasileiro e com isso se buscar uma interação de modo a induzir o professor timorense a expor suas idéias. As técnicas de ensino então foram apresentadas desde o início, assim o professor timorense sabia exatamente o que esperar do curso. Foi elaborado um cartaz com as técnicas de ensino e ao lado de cada uma delas um quadro que seria marcado à medida que o objetivo era alcançado (foto acima).
A primeira técnica de ensino chamava-se tira o chapéu, o conteúdo trabalhado com essa técnica foi sobre o primeiro capitulo da sebenta do 1º ano do curso secundário e do 1º ano do curso pré-secundário. Cada um dos alunos deveria redigir uma pergunta com a devida resposta, dentro do conteúdo trabalhado previamente, e colocá-la no chapéu. Lembrando que a dinâmica incluía a posse de uma bala do tipo pirulito por cada um dos alunos. Todos os alunos foram desafiados um a um pelos colegas, quem acertava a pergunta ganhava a bala do desafiador, errando a resposta, deveria entregar sua bala ao seu desafiante. Ao término da atividade a técnica era colocada em discussão pelo professor brasileiro e os professores timorenses analisavam as possibilidades de implantação em suas aulas.
Baseada ainda no primeiro conteúdo das sebentas partiu-se para uma nova técnica, elaboração de atividades escritas. Nesse ponto, foi apresentado ao professor timorense técnica de elaboração de atividades diferenciadas como: palavra-cruzada, uma palavra chave era colocada e para cada letra desta palavra desenvolvia-se uma pergunta cuja resposta deveria ser somente uma palavra e ter a letra correspondente a palavra chave. Outra atividade chamava-se código secreto, o professor elaborava a pergunta, cuja resposta era somente uma palavra e esta palavra era apresentada ao aluno com as sílabas invertidas, o aluno deveria decifrar esse código. Em outra proposta do mesmo nível a resposta não era apresentada, mas, o aluno sabia a quantidade de letras que compunham a mesma através de quadros ou traços.
Alguns conteúdos trabalhados não faziam parte das sebentas, mas seguindo orientação da proposta inicial do curso de tirar dúvidas e de auxiliar o professor timorense, segundo seus interesses sobre conteúdos programáticos, trabalhamos material curricular de segundo e terceiro anos do curso secundário, principalmente bioquímica. Um desses conteúdos solicitados foi sobre aminoácidos. Nesse conteúdo buscou-se trabalhar uma proposta de diferenciação baseada não em decorar os nomes, mas entender o código genético que estava envolvido na formação dos mesmos. Esse conteúdo foi trabalhado através de um bingo, denominado bingo dos aminoácidos, onde cada aluno elaborou uma cartela de bingo contendo diferentes códons. Em seguida, o professor brasileiro, retirava de uma sacola plástica nomes de aminoácidos e o professor timorense deveria olhar para um cartaz do código genético e verificar se o aminoácido informado fazia parte de sua cartela. A proposta foi bem aceita, mas, alguns professores se mostraram pouco entusiasmados devido à lentidão demonstrada por alguns colegas em decifrar o código genético e acreditaram que seus alunos poderiam demonstrar a mesma dificuldade, mas, outros professores timorenses acreditam que podem desenvolver sim esta atividade em suas salas de aula.
A seguir começamos as práticas de ensino efetivamente, pois, a expressão em língua portuguesa de alguns dos professores timorenses já possibilitava a realização desse tipo de enfoque, uma vez que o domínio do conteúdo da Biologia existia, mas, esse domínio era em língua malaio, o bahasa indonésio. A primeira das técnicas foi ensinar o professor timorense a utilizar materiais didáticos como cartazes, sejam estes de origem impressas ou confeccionados pelo próprio professor. Ao final, com a discussão dos resultados da técnica evidenciou-se que apesar de terem considerado a utilização de cartazes positiva e de grande valia no processo ensino-aprendizagem, o acesso a matérias-primas seria o fator relevante e decisivo, pois, nem todos têm a sua disposição cartolinas, pinceis ou giz de cera, que foram os materiais utilizados na confecção dos cartazes.
A próxima prática de ensino chamava-se Aula explicativa com esquema, nela o professor timorense acompanhava a montagem de um esquema a partir de um exemplo fornecido pelo professor brasileiro, primeiro através de um cartaz explicativo da técnica com seus devidos objetivos e metodologias e, depois assistia uma aula do professor brasileiro trabalhando a técnica e, em seguida ele mesmo daria sua própria aula. À medida que surgiam situações que colocavam em risco a técnica, a aula era paralisada e o professor brasileiro conversava com o professor timorense em particular para depois reiniciar a aula. Ao final, a análise da técnica foi considerada bastante viável de ser aplicada no dia a dia das aulas dos professores timorenses.
A técnica denominada Leitura marcada foi a próxima a ser trabalhada. A exemplo do que ocorreu na técnica anterior, esta também teve um cartaz explicativo com seus objetivos e metodologias. Consistia de uma leitura feita pelos alunos, um aluno para cada parágrafo, o professor deveria indagar o aluno sobre o entendimento do parágrafo para em seguida, o professor explicar brevemente o parágrafo e assim continuar a leitura com outro aluno escolhido pelo aluno que terminou de ler. O resultado foi positivo na analise dos professores timorenses, mas, esbarrou num argumento bem convincente que dificultaria sua aplicação, a falta de livros pelos alunos. Igualmente, um professor levantou a questão de trabalhar com esquema com tópicos lidos pelos alunos diretamente do quadro, porém, um esquema mais ampliado do que o utilizado na técnica anterior.
Aula dialogada foi à técnica seqüencial, igualmente teve à disposição um cartaz explicativo da técnica. O professor deveria estudar o conteúdo previamente, e a medida que explicava usava o quadro para registrar palavras pertinentes ao tema explicado. Mas, sem utilizar nenhuma fonte de consulta enquanto dava sua aula. Na analise dos professores timorense, eles demonstraram estar receosos em trabalhar dessa forma, mas, gostaram de passar segurança e domínio de assunto para o aluno. A técnica foi aprovada pelos professores timorenses.
As aulas de Visita de campo serviram para coletar material para a próxima técnica: Aula expositiva. O professor deveria explorar os recursos e junto com o aluno construir o conhecimento, partindo de teorias até as práticas. A aula exigia um conhecimento mais aprofundado sobre conceitos biológicos, por isso alguns professores por não terem a devida qualificação tiveram alguma dificuldade em executar a técnica.
As aulas práticas vieram em seguida. A primeira consistia de prensar folhas para desidratá-las, e em seguida confeccionar um Álbum prensado. Ao término o aluno deveria expor seu trabalho e o professor deveria questioná-lo quanto à identificação das partes principais da folha e também de se era uma folha simples ou composta. Sendo que o aluno deveria justificar suas devidas afirmações.